22/11/2023 | Categoria: Congressos
Furlan aponta relações de trabalho não contempladas com a Reforma de 2017 e que precisam ser debatidas

Para o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional das Indústrias, Alexandre Furlan, é primordial para o setor que a Reforma Trabalhista, promovida em 2017, continue a se consolidar, para evitar que ocorram retrocessos. Outro desafio apontado por ele diz respeito a modernização das relações de trabalho. Considera que alguns aspectos não foram abordados na reforma e precisam ser debatidos.

“Questões como trabalho multifunção, cota de aprendizes, inclusão de pessoas com deficiência, formação e qualificação profissional para o futuro do trabalho, gestão de afastamentos previdenciários, e, agora, a regulamentação da contribuição assistencial e do direito de oposição são agendas muito relevantes nesse momento”, pontua.

Não obstante, a indústria ainda considera que a qualificação da mão de obra, sustentabilidade e os investimentos em inovação e novas tecnologias estão entre os principais desafios a serem enfrentados no Brasil. A busca por produtividade e competitividade também integram a lista de prioridades do setor, uma vez que, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produtividade brasileira está estagnada há décadas.

Para que esses pilares sejam conquistados, ainda é preciso avançar no desenvolvimento do transporte e logística e na redução da burocracia. Por isso, o setor industrial defende a aprovação e efetivação da Reforma Tributária em discussão no Congresso Nacional.

“Uma necessária reforma tributária é essencial para o país dar um salto de crescimento e geração de empregos e renda. Com efeito, segundo estudo do Banco Mundial, o Brasil é o país em que as empresas gastam mais horas para apurar, declarar e pagar impostos - cerca de 1.501 horas por ano, em média. Por isso uma reforma tributária adequada à realidade brasileira é essencial para o país”, observa.

Furlan é um dos painelistas do II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, que este ano abriu espaço para que a discussão passe também pelos modais de transporte existentes no país. O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional das Indústrias elogiou a iniciativa e disse que o debate é necessário visando o desenvolvimento do país.

“Há toda uma agenda de infraestrutura, transporte e logística essencial para o futuro do país. Temos defendido a modernização da infraestrutura das rodovias, ferrovias e transportes aquaviários, o que já revela nossa visão do impacto dos modais existentes para o desenvolvimento não só da indústria, mas do país como um todo. A título de exemplo, o valor do índice de desempenho logístico divulgado pelo Banco Mundial em 2023 para a média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 3,63. Já o do Brasil, 3,20, na 56ª posição entre 160 países. Defendemos que em um horizonte de 10 anos o país alcance o mesmo índice de OCDE”.

Questionado sobre o que espera com o amplo debate que será promovido pelo Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, que ocorre nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro, em Foz do Iguaçu, Furlan reiterou que acredita que o posicionamento do setor produtivo em temas palpitantes de relações do trabalho poderá ser compreendido.

“Não é necessário concordar, tanto é que sempre defendemos a negociação e a busca por consensos, mas é importante compreender que a indústria tem uma visão de país equilibrado, sustentável, com crescimento econômico e geração de empregos e renda, e oportunidades a todos. A CNI defende os bons empregadores, que têm preocupações importantes, como a simplificações de normas complexas e difíceis de serem seguidas, por mais que o empregador se esforce. Vale lembrar que a grande maioria das empresas no país são micro e pequenas. Nesse sentido, parabeniza-se o intuito do Congresso de promover a troca de experiências e boas práticas, debatendo-se o fortalecimento das relações trabalhistas, com a promoção da segurança jurídica. Podemos pensar diferente, mas todos buscam o mesmo país cada vez melhor para seu povo. Assim, espera-se que seja uma oportunidade para se dar passos importantes na construção de consenso nas relações de trabalho”.

Congresso

O evento é realizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) juntamente com a Associação Brasileira dos Magistrados do Trabalho (ABMT) e conta com patrocínio e apoio acadêmico da Universidade Nove de Julho (Uninove).

Em sua segunda edição, o encontro tem como temática "Modelos Regulatórios, Progresso Tecnológico e Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais no Universo das Relações de Produção”. A premissa é discutir os desafios que o mundo do trabalho vem enfrentando diante dos avanços tecnológicos e das novas formas de organização da produção.

Serão 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates e toda a programação ocorre nas dependências do Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort.

Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.

  Os autores | Autor: MAURO CAMARGO/MICHELY FIGUEIREDO
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Sobre o Congresso

II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho acontecerá a partir do dia 29/11/2023 17h30
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Entenda o Congresso

Início: 29/11/2023 17h30 Fim: 01/12/2023 14h

Foz do Iguaçu será palco do maior congresso brasileiro da magistratura do trabalho.

Nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort, em Foz do Iguaçu/PR, será palco da segunda edição do Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho. Esse evento de grande relevância reunirá ministros de Estado, do STF, do STJ e do TST, além de desembargadores, juízes, juristas renomados, advogados, representantes de entidades sindicais de trabalhadores e empresários, com o objetivo de aprofundar o debate sobre modelos regulatórios, progresso tecnológico e os impactos socioeconômicos, jurídicos e institucionais nas relações de produção.

O congresso contará com 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates. Entre os destacados participantes, o Ministro Luis Felipe Salomão do Superior Tribunal de Justiça e Corregedor Nacional de Justiça e vários ministros do Tribunal Superior do Trabalho, entre outros renomados juristas, professores, advogados e dirigentes de entidades públicas e privadas, tornando este congresso o maior evento da Justiça Social do Brasil.

As profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas pelos avanços tecnológicos e pelas novas formas de organização da produção, têm desafiado o sistema clássico de regulação das relações entre capital e trabalho. Existe um consenso significativo quanto à necessidade de modernizar e adaptar esse sistema aos tempos atuais.

O diálogo direto entre os atores sociais tem sido apontado como a melhor maneira de alcançar o equilíbrio entre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, alinhado com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse contexto, a regulação jurídica laboral está evoluindo para um modelo mais flexível, moldado pelos atores sociais com base em parâmetros de produtividade e competitividade.

A proteção social dos trabalhadores está intrinsecamente ligada à proteção da atividade econômica e isso tem sido reafirmado pelo legislador ordinário em revisões recentes, como a Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial e a Lei que consagra a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica. Essas duas leis destacam a importância da atividade econômica, a ser desenvolvida com função social, para o progresso nacional, inclusão social, geração de empregos, distribuição e ampliação de renda e incremento da arrecadação tributária.

A nova Lei das Sociedades Anônimas de Futebol, que atrai investimentos para o setor esportivo, também será discutida, assim como os desafios trabalhistas relacionados a privatizações e concessões de atividades anteriormente exploradas pelo Poder Público.

Nesse cenário complexo surge o questionamento sobre o papel da Justiça do Trabalho na compreensão dos novos marcos legais e das novas realidades geradas pelo progresso tecnológico e pelas novas formas de organização produtiva.

O II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com o apoio acadêmico e patrocínio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e de diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.

 
O tema do congresso será "Modelos Regulatórios, Progresso Tecnológico e Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais" e terá como objetivo discutir os desafios que o mundo do trabalho vem enfrentando diante dos avanços tecnológicos e das novas formas de organização da produção. O evento promoverá um diálogo entre diferentes atores do Poder Judiciário e de diferentes áreas do conhecimento, como economia, administração e sociologia.

O congresso será um espaço privilegiado para a discussão dos cenários normativos, socioeconômicos e tecnológicos contemporâneos e contará com a participação de representantes das classes profissional e empresarial, além de atores institucionais dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, do Ministério Público e da Advocacia.

Os participantes do último congresso estão convidados a participar novamente e trazer suas experiências e perspectivas atualizadas. Além disso, o evento está aberto a todos aqueles que se interessam pelo tema e desejam contribuir com o debate.

O objetivo do congresso é oferecer aos congressistas aportes teóricos e instrumentos de análise para a compreensão dos novos cenários que surgem a partir das inovações legislativas e tecnológicas em curso. Pretende-se analisar de forma responsável e imparcial os erros e acertos cometidos pelo legislador ordinário no processo de Reforma Trabalhista.

Não perca a oportunidade de participar deste evento imperdível e estar em contato com os principais atores envolvidos nas questões trabalhistas do país. Faça já sua inscrição e garanta sua participação no II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho.

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