30/11/2023 | Categoria: Congressos
Painel(10) O futebol como negócio: potencial econômico e a centralização de uma liga nacional marcam debates no II CNMT

Novos modelos de gestão e redistribuição dos lucros foram apontados como alternativas para a gestão do futebol profissional brasileiro.

A criação de uma liga que centralizaria a administração do futebol brasileiro ainda é objeto de debate dentro de clubes e entidades desportivas. No II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em Foz do Iguaçu (PR), especialistas apresentaram exemplos que podem ser seguidos para a definição de um modelo aplicável.

O painel “O futebol como negócio” foi mediado pelo juiz Ricardo Georges, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. De acordo com ele, é preciso conter a disparidade na lucratividade dos clubes, além de garantir a boa gestão das associações.

“O futebol precisa ser gerido com responsabilidade. O fairplay financeiro é um dos exemplos de legislação que ainda permite uma certa igualdade na disputa, porém, isso também precisa ser garantida quando discutimos a divisão na cota de transmissões televisivas, entre outros aspectos que prejudicam o futebol brasileiro”, apontou.

A centralização das ligas

Luiz Antônio Abagge, vice-presidente da Academia Nacional de Direito Desportivo, apresentou exemplos de sucesso em países que centralizaram a administração das ligas locais, como a Premier League (Inglaterra), e outras ligas de futebol na Europa – centro econômico do futebol mundial.

A administração dos lucros exemplifica os bons resultados. 50% do valor dos direitos de transmissão para as emissoras de televisão são particionados de forma igualitária entre os 20 clubes da primeira divisão; 25% é definido para os melhores colocados na temporada anterior e outros 25% para os que possuem a maior audiência.

“Estamos distantes de ver algo assim no Brasil. Os valores arrecados pelos clubes que ocupam posições diferentes nas tabelas de classificação possuem uma diferença muito alta. Os cinco clubes da Série A que mais faturaram em 2022 tiveram um rendimento maior do que a soma dos outros 15”, apresentou Abagge.

Segundo o palestrante, é necessário que os gestores dos clubes brasileiros tenham união nas discussões e definições de modelos para o futebol.

“Temos duas propostas de ligas centralizadas, mas que não chegam a acordos finais. Isso não pode acontecer. Não podemos apenas perder jogadores para a Europa, mas analisar o que deu certo por lá e aplicar aqui”, completou.

As SAFs e o modelo de gestão

O futuro do futebol brasileiro também passa pelo modelo de gestão das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). Marcos Ulhoa Dani, juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, afirma que o esporte passa por um momento histórico e que deve ser aproveitado.

“Por anos o mundo viu o futebol brasileiro como um investimento de risco, por conta do alto endividamento dos clubes e a má gestão. As SAFs representam uma possível mudança, com a gestão responsável e aumento da competitividade. Estamos caminhando para uma nova fase deste modelo e visamos bons resultados”, disse.

A renegociação de dívidas para o investimento

Junto a implementação da SAFs no Brasil, o Regime Centralizado de Execuções (RCE), representou uma alternativa para que os clubes conseguissem liquidar passivos acumulados. Para o advogado Pedro Henrique Bandeira, a RCE pode simbolizar uma importante mudança, desde que seja respeitada e honrada com pagamentos.

“A RCE permite que os clubes parcelem em até seis anos essas dívidas, com a possibilidade de prorrogar por mais quatro anos com o pagamento em dia. Contudo, a lei não delimita punições caso o clube pare de pagar. Por isso precisamos ficar atentos para não criar uma nova fase de dívidas”, alertou.

O palestrante também destaca que o direito desportivo desponta com um potencial auxiliar em todas essas práticas. “Falamos muito sobre legislar e garantir o sucesso dessas práticas que já tomam conta do nosso futebol. Tudo precisa ser analisado para transformarmos o que era atividade de risco como oportunidade”, apontou.

  A autora | Autor: Welyton Manoel
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Sobre o Congresso

II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho acontecerá a partir do dia 29/11/2023 17h30
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Entenda o Congresso

Início: 29/11/2023 17h30 Fim: 01/12/2023 14h

Foz do Iguaçu será palco do maior congresso brasileiro da magistratura do trabalho.

Nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort, em Foz do Iguaçu/PR, será palco da segunda edição do Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho. Esse evento de grande relevância reunirá ministros de Estado, do STF, do STJ e do TST, além de desembargadores, juízes, juristas renomados, advogados, representantes de entidades sindicais de trabalhadores e empresários, com o objetivo de aprofundar o debate sobre modelos regulatórios, progresso tecnológico e os impactos socioeconômicos, jurídicos e institucionais nas relações de produção.

O congresso contará com 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates. Entre os destacados participantes, o ministro Cristiano Zanin do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Luis Felipe Salomão do Superior Tribunal de Justiça e Corregedor Nacional de Justiça e vários ministros do Tribunal Superior do Trabalho, entre outros renomados juristas, professores, advogados e dirigentes de entidades públicas e privadas, tornando este congresso o maior evento da Justiça Social do Brasil.

As profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas pelos avanços tecnológicos e pelas novas formas de organização da produção, têm desafiado o sistema clássico de regulação das relações entre capital e trabalho. Existe um consenso significativo quanto à necessidade de modernizar e adaptar esse sistema aos tempos atuais.

O diálogo direto entre os atores sociais tem sido apontado como a melhor maneira de alcançar o equilíbrio entre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, alinhado com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse contexto, a regulação jurídica laboral está evoluindo para um modelo mais flexível, moldado pelos atores sociais com base em parâmetros de produtividade e competitividade.

A proteção social dos trabalhadores está intrinsecamente ligada à proteção da atividade econômica e isso tem sido reafirmado pelo legislador ordinário em revisões recentes, como a Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial e a Lei que consagra a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica. Essas duas leis destacam a importância da atividade econômica, a ser desenvolvida com função social, para o progresso nacional, inclusão social, geração de empregos, distribuição e ampliação de renda e incremento da arrecadação tributária.

A nova Lei das Sociedades Anônimas de Futebol, que atrai investimentos para o setor esportivo, também será discutida, assim como os desafios trabalhistas relacionados a privatizações e concessões de atividades anteriormente exploradas pelo Poder Público.

Nesse cenário complexo surge o questionamento sobre o papel da Justiça do Trabalho na compreensão dos novos marcos legais e das novas realidades geradas pelo progresso tecnológico e pelas novas formas de organização produtiva.

O II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com o apoio acadêmico e patrocínio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e de diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.

 
O tema do congresso será "Modelos Regulatórios, Progresso Tecnológico e Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais" e terá como objetivo discutir os desafios que o mundo do trabalho vem enfrentando diante dos avanços tecnológicos e das novas formas de organização da produção. O evento promoverá um diálogo entre diferentes atores do Poder Judiciário e de diferentes áreas do conhecimento, como economia, administração e sociologia.

O congresso será um espaço privilegiado para a discussão dos cenários normativos, socioeconômicos e tecnológicos contemporâneos e contará com a participação de representantes das classes profissional e empresarial, além de atores institucionais dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, do Ministério Público e da Advocacia.

Os participantes do último congresso estão convidados a participar novamente e trazer suas experiências e perspectivas atualizadas. Além disso, o evento está aberto a todos aqueles que se interessam pelo tema e desejam contribuir com o debate.

O objetivo do congresso é oferecer aos congressistas aportes teóricos e instrumentos de análise para a compreensão dos novos cenários que surgem a partir das inovações legislativas e tecnológicas em curso. Pretende-se analisar de forma responsável e imparcial os erros e acertos cometidos pelo legislador ordinário no processo de Reforma Trabalhista.

Não perca a oportunidade de participar deste evento imperdível e estar em contato com os principais atores envolvidos nas questões trabalhistas do país. Faça já sua inscrição e garanta sua participação no II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho.

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