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O futuro e os desafios da relação de trabalho portuário foram discutidos no II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em Foz do Iguaçu-PR.
Com a presença do Desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, como mediador, o II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho reuniu representantes da autoridade portuária e das associações profissionais, em torno do tema que trata do futuro e dos desafios da relação de trabalho portuário no país.
Também participaram do Painel, como expositores, o Presidente Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias, Portuários, Trabalhados de Bloco Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (FENCCOVIB), Mário Teixeira, e o Presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), José Adilson Pereira.
Teixeira destacou questões relacionadas à exclusividade e à contratação de trabalhadores avulsos e sobre a importância da negociação coletiva efetiva e confiável, garantindo isonomia entre as diferentes categorias existentes no setor.
O Presidente da FENCCOVIB falou das figuras do operador portuário e do Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO), destinado a administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso. Ele também defendeu que cabe aos portuários intensificarem a mobilização contra a modificação da lei 12.815/13 que está em discussão e cujas mudanças podem alterar a exclusividade da gestão da mão-de-obra portuária.
Legislação Portuária – O Presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), José Adilson Pereira, destacou a importância de reunir os operadores da área portuária, os representantes dos OGMOs e os magistrados do trabalho, em torno do diálogo social com foco no equilíbrio entre os atores e na busca por uma solução.
“É preciso fazer avançar a vocação da lei na negociação coletiva e garantir a remuneração básica aos trabalhadores do sistema, para então regulamentar isso”, afirmou Pereira.
O Presidente da FNE também disse que é necessário ter todas as categorias portuárias representadas para consolidar a implantar uma legislação portuária no país.
Para isso, de acordo com Pereira, o OGMO precisa ter todas as regras definidas e cabe às Federações trabalhar nisso conjuntamente, negociando e determinando as normas.
Na visão do Pereira, com o trabalhador portuário treinado para acompanhar as tecnologias que estão evoluindo, com um salário justo, com condições de trabalho e com os adicionais, a questão da exclusividade cai por terra.
“Seja avulso ou contratado, ambos os trabalhadores caminham juntos. O ideal agora é que a gente busque apenas uma categoria única de trabalhadores portuários, definindo quem são e quais as diretrizes para a evolução da categoria”, finalizou.
O terceiro expositor foi o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, que acompanha há 45 anos as transformações no setor.
Guterra participou do primeiro acordo de trabalhador avulso do Brasil, com trabalhadores portuários do Espírito Santo, e defende uma gestão pública e profissional para os portos
“Temos 32 portos considerados importantes no país, marítimos, fluviais, administrados pelo governo federal, por municípios, e o tema é muito complexo. Já vimos duas modificações, em 93 e em 2013 e pouca coisa foi alterada no que diz respeito ao treinamento dos trabalhadores. Nós precisamos avançar em qualificação para fazer frente às novas tecnologias”, destacou.
No fim do painel, Peel ressaltou a harmonia entre a intersindical e os operadores portuários, imprescindíveis para o desenvolvimento econômico brasileiro já que 98% das exportações brasileiras passam pelos portos.
Sobre o Congresso
Foz do Iguaçu será palco do maior congresso brasileiro da magistratura do trabalho.
Nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort, em Foz do Iguaçu/PR, será palco da segunda edição do Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho. Esse evento de grande relevância reunirá ministros de Estado, do STF, do STJ e do TST, além de desembargadores, juízes, juristas renomados, advogados, representantes de entidades sindicais de trabalhadores e empresários, com o objetivo de aprofundar o debate sobre modelos regulatórios, progresso tecnológico e os impactos socioeconômicos, jurídicos e institucionais nas relações de produção.
O congresso contará com 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates. Entre os destacados participantes, o Ministro Luis Felipe Salomão do Superior Tribunal de Justiça e Corregedor Nacional de Justiça e vários ministros do Tribunal Superior do Trabalho, entre outros renomados juristas, professores, advogados e dirigentes de entidades públicas e privadas, tornando este congresso o maior evento da Justiça Social do Brasil.
As profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas pelos avanços tecnológicos e pelas novas formas de organização da produção, têm desafiado o sistema clássico de regulação das relações entre capital e trabalho. Existe um consenso significativo quanto à necessidade de modernizar e adaptar esse sistema aos tempos atuais.
O diálogo direto entre os atores sociais tem sido apontado como a melhor maneira de alcançar o equilíbrio entre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, alinhado com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse contexto, a regulação jurídica laboral está evoluindo para um modelo mais flexível, moldado pelos atores sociais com base em parâmetros de produtividade e competitividade.
A proteção social dos trabalhadores está intrinsecamente ligada à proteção da atividade econômica e isso tem sido reafirmado pelo legislador ordinário em revisões recentes, como a Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial e a Lei que consagra a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica. Essas duas leis destacam a importância da atividade econômica, a ser desenvolvida com função social, para o progresso nacional, inclusão social, geração de empregos, distribuição e ampliação de renda e incremento da arrecadação tributária.
A nova Lei das Sociedades Anônimas de Futebol, que atrai investimentos para o setor esportivo, também será discutida, assim como os desafios trabalhistas relacionados a privatizações e concessões de atividades anteriormente exploradas pelo Poder Público.
Nesse cenário complexo surge o questionamento sobre o papel da Justiça do Trabalho na compreensão dos novos marcos legais e das novas realidades geradas pelo progresso tecnológico e pelas novas formas de organização produtiva.
O II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com o apoio acadêmico e patrocínio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e de diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.
Quando será?
Dias 29,30 de novembro e 1 dezembro de 2023 (quarta, quinta e sexta-feira).
Onde será?
Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort - Foz do Iguaçu/PR
Temas atuais e relevantes
Modelos regulatórios, Progresso Tecnológico, os Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais no Universo das Relações de Produção
Certificado OnLine 20h
Modalidade Presencial ou Telepresencial
Público-Alvo
Magistrados;Comunidade acadêmica das áreas de direito;Lideranças do setor governamental e poder judiciário;Lideranças do setor empresarial; Liderança dos Trabalhadores; Sociedade civil;Imprensa; Parceiros da Academia.
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