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A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a...
Assunto foi abordado no Painel que tratou do futuro e dos desafios da relação do trabalho portuário no Brasil.
Com a mediação da Desembargadora Silvane Aparecida Bernardes, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, o Painel das Associações Empresariais do Setor Portuário fez um contraponto ao painel anterior que reuniu os representantes dos trabalhadores do setor, no II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em Foz do Iguaçu.
O Presidente Federação Nacional das Operações Portuárias (FENOP), advogado Sergio Aquino, abriu o Painel explicando que a FENOP tem investido muito em diálogo na busca de um entendimento nacional sobre temas basilares do setor, e alertou que é preciso avançar diante dos desafios.
Similaridades – Aquino explicou que embora o modelo portuário brasileiro tenha dois regimes de exploração, com portos públicos e portos privados, há similaridades entres ambos. A situação muda quando se trata do trabalhador portuário que pode ter contrato avulso (no caso dos que atuam no cais, por exemplo) e os vinculados (que geralmente atuam em funções onde é necessária mais qualificação). Os avulsos são contratados conforme a necessidade, por meio do OGMO – o Órgão de Gestão de Mão-de-Obra do Trabalho Portuário Avulso.
Para o Presidente da FENOP as duas situações convivem entre si, mas quando se pensa em futuro e também na demanda, o ideal seria retirar a exclusividade, regrando a utilização da mão de obra e permitindo que os OGMOs possam renovar os contingentes.
“É importante lembrar da tecnologia, da mecanização e da automação na busca pela alta produtividade e com a movimentação de cargas específicas, por exemplo. E para nos manter competitivos e conquistar as mesmas condições que outros portos já têm, temos que pensar em viabilizar a contratação com vínculo empregatício já que essa nova visão empresarial e as demandas especializadas pedem profissionais qualificados”, disse.
Revolução – O Diretor Executivo da ABRATEC, Caio Morel, falou sobre o Futuro do Trabalho e os Terminais de Contêineres, diante do que chamou de 4ª revolução industrial.
Para Morel, o monopólio do sistema OGMO não contribui quando o tema são os trabalhadores e as demandas futuras.
Ele explicou que o trabalho com equipamentos de ponta e que usam cada vez mais a Inteligência Artificial, não funciona com trabalhadores avulso já que, devido à rotatividade, eles não chegam a ter tempo para conhecer esses sistemas.
“Isso acaba criando outro problema que é a diferença salarial entre os dois tipos de contrato. Para resolver, o ideal seria um acordo, mas isso vem sendo discutido há mais de 30 anos”, falou.
Contratação plena – Na visão do Presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa, o futuro dos trabalhadores portuários nos terminais privados vem sendo construído desde 1966 com a autorização de exploração de instalações portuárias pela iniciativa privada.
“Nós já tivemos o primeiro movimento da quebra do monopólio de fornecimento de mão-de-obra por parte dos sindicatos e desde aquela época a regra de contratação vem sendo questionada. Espero que no futuro haja liberdade de contratação plena, fora dos caminhos impostos pelo OGMO, modernizando a relação entre capital e trabalho”, defendeu.
Transição – O Presidente Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Conceição da Silva, disse que a cadeia logística sempre esteve na vanguarda e que é natural que as atividades braçais sejam substituídas principalmente diante das novas tecnologias.
Ele lembrou que tanto os vinculados quanto os avulsos ainda são necessários nas atividades portuárias e que é preciso pensar na “transição”, já que o sistema está na fase intermediária.
Não temos ainda “terminais fantasmas”, mas já vivemos a necessidade de mão de obra qualificada para operar novas tecnologias”, disse.
Sobre o Congresso
Foz do Iguaçu será palco do maior congresso brasileiro da magistratura do trabalho.
Nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort, em Foz do Iguaçu/PR, será palco da segunda edição do Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho. Esse evento de grande relevância reunirá ministros de Estado, do STF, do STJ e do TST, além de desembargadores, juízes, juristas renomados, advogados, representantes de entidades sindicais de trabalhadores e empresários, com o objetivo de aprofundar o debate sobre modelos regulatórios, progresso tecnológico e os impactos socioeconômicos, jurídicos e institucionais nas relações de produção.
O congresso contará com 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates. Entre os destacados participantes, o Ministro Luis Felipe Salomão do Superior Tribunal de Justiça e Corregedor Nacional de Justiça e vários ministros do Tribunal Superior do Trabalho, entre outros renomados juristas, professores, advogados e dirigentes de entidades públicas e privadas, tornando este congresso o maior evento da Justiça Social do Brasil.
As profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas pelos avanços tecnológicos e pelas novas formas de organização da produção, têm desafiado o sistema clássico de regulação das relações entre capital e trabalho. Existe um consenso significativo quanto à necessidade de modernizar e adaptar esse sistema aos tempos atuais.
O diálogo direto entre os atores sociais tem sido apontado como a melhor maneira de alcançar o equilíbrio entre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, alinhado com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse contexto, a regulação jurídica laboral está evoluindo para um modelo mais flexível, moldado pelos atores sociais com base em parâmetros de produtividade e competitividade.
A proteção social dos trabalhadores está intrinsecamente ligada à proteção da atividade econômica e isso tem sido reafirmado pelo legislador ordinário em revisões recentes, como a Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial e a Lei que consagra a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica. Essas duas leis destacam a importância da atividade econômica, a ser desenvolvida com função social, para o progresso nacional, inclusão social, geração de empregos, distribuição e ampliação de renda e incremento da arrecadação tributária.
A nova Lei das Sociedades Anônimas de Futebol, que atrai investimentos para o setor esportivo, também será discutida, assim como os desafios trabalhistas relacionados a privatizações e concessões de atividades anteriormente exploradas pelo Poder Público.
Nesse cenário complexo surge o questionamento sobre o papel da Justiça do Trabalho na compreensão dos novos marcos legais e das novas realidades geradas pelo progresso tecnológico e pelas novas formas de organização produtiva.
O II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com o apoio acadêmico e patrocínio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e de diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.
Quando será?
Dias 29,30 de novembro e 1 dezembro de 2023 (quarta, quinta e sexta-feira).
Onde será?
Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort - Foz do Iguaçu/PR
Temas atuais e relevantes
Modelos regulatórios, Progresso Tecnológico, os Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais no Universo das Relações de Produção
Certificado OnLine 20h
Modalidade Presencial ou Telepresencial
Público-Alvo
Magistrados;Comunidade acadêmica das áreas de direito;Lideranças do setor governamental e poder judiciário;Lideranças do setor empresarial; Liderança dos Trabalhadores; Sociedade civil;Imprensa; Parceiros da Academia.
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