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Decisões judiciais afetam diretamente as companhias aéreas; gerenciamento de risco de fadiga na tripulação também entrou em debate
A necessidade de associar o Direito à economia no que tange as decisões judiciais relativas às companhias aéreas foi um dos assuntos debatidos no painel Futuro e desafios do trabalho no modal aéreo, nesta quinta-feira, 20, no II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, em Foz do Iguaçu.
O painel foi mediado pelo desembargador Marcelo Freire Gonçalves, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª. Região e contou com a participação Dra. Renata Domingues da Fonseca, Diretora Jurídica e Relações Governamentais da Gol Linhas Aéreas, da Dra. Alana Cristina Sachi, Diretora Jurídica da Azul, do Dr. Bruno Bartijotto, Diretor Jurídico da Latam e do Comandante Henrique Hacklaender Wagner, Presidente do Sindicato dos Aeronautas.
Na exposição intitulada Interdisciplinaridade entre Direito e Economia e os Impactos da Intervenção Judicial na livre iniciativa e concorrência, a Diretora Jurídica da Gol, Renata Domingues ressaltou os impactos das decisões judiciais nas companhias. “Uma condenação que significa 40% na folha de pagamento na companhia aérea causa um impacto absurdo”, afirma.
Renata ressalta que uma folha de pagamento de uma empresa aérea hoje é cerca de R$ 100 milhões ao mês e a tripulação representa quase 50% desse total. Ela diz que uma decisão judicial sem considerar o contexto econômico pode provocar um problema estrondoso para uma empresa.
Na exposição Futuro e desafios do trabalho no modal aeroviário, a Dra. Alana Cristina, da Azul, falou sobre a Lei 13.475/2015, a nova lei do aeronauta, que entrou em vigência em 2020. A lei trouxe como preceito a modulação da jornada de trabalho e atualizações no estudo do impacto de regulamentação da fadiga.
Ela explica que a legislação não obrigou as companhias a ter gerenciamento de risco de fadiga, mas aquelas que não optaram por isso precisam ter jornadas de trabalho mais curtas. “Gerenciar a fadiga é aliar a segurança da tripulação com o bem-estar do tripulante”, avalia.
Na exposição A Complexidade do Setor Aéreo e os Desafios para o Trabalho, o Diretor Jurídico da Latam, Bruno Bartijjoto, ressaltou a importância do negociado sobre o legislado no setor aeroviário.
Neste aspecto, ele lembra que dos impactos do setor, incluindo, eventos meteorológicos, problemas de tráfego aéreo, greve de funcionários, e ocorrências geopolíticas, a exemplo de pandemias e guerras. “É um setor extremamente sujeito a variáveis que não controla”, frisa.
Para ele, é fundamental reduzir o número de litígios e promover a pacificação social. O Brasil, diz, responde por 98,5% dos processos da Latam no mundo.
Na exposição Futuro e Desafios do Trabalho no Modal Aeroviário, o comandante Henrique Hacklaender chamou atenção para o sindicato do setor, criado em 1942 e com uma vasta trajetória de lutas.
Ele também destacou conquistas da categoria a partir da Lei 13.475/2017, a exemplo do bloqueio do trabalho intermitente e proibição da terceirização de pilotos e comissários. No entanto, outro ponto da lei, o artigo 19, que trata da flexibilização da jornada, levantou questionamentos. “A possibilidade de flexibilização de jornada traz muitas vezes o aumento da fadiga”, diz.
Hacklaender disse que só a partir desse ano os tripulantes começaram a perceber a fadiga porque a lei entrou em vigor em 2020, quando havia pandemia e o número de voos estava reduzido. Uma pesquisa feita pelo sindicato indicou que mais de 90% dos tripulantes alegam que não se sentem totalmente descansados.
Outra luta do sindicato da categoria, diz, é para o reconhecimento da aposentadoria especial para os aeronautas. Um dos argumentos aliados a isso é o fato de já ter sido reconhecida a pressurização como nociva ao trabalhador.
O comandante ainda diz que o sindicato apoia uma campanha mundial a fim de frear um movimento da indústria que pretende ter aeronaves operadas por apenas um piloto. “Tudo na aviação tem um sistema de backup e os pilotos também. Quando falamos de tripulantes, especialmente pilotos, falamos de um custo de operação de 2%. A redução de um desses tripulantes não vai gerar impacto”, frisa. Ele considera que o maior impacto do setor é relativo ao preço dos combustíveis.
Sobre o Congresso
Foz do Iguaçu será palco do maior congresso brasileiro da magistratura do trabalho.
Nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort, em Foz do Iguaçu/PR, será palco da segunda edição do Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho. Esse evento de grande relevância reunirá ministros de Estado, do STF, do STJ e do TST, além de desembargadores, juízes, juristas renomados, advogados, representantes de entidades sindicais de trabalhadores e empresários, com o objetivo de aprofundar o debate sobre modelos regulatórios, progresso tecnológico e os impactos socioeconômicos, jurídicos e institucionais nas relações de produção.
O congresso contará com 25 painéis que discutirão temas fundamentais relacionados às relações de trabalho. Ao longo de três dias, mais de 100 palestrantes contribuirão para os debates. Entre os destacados participantes, o Ministro Luis Felipe Salomão do Superior Tribunal de Justiça e Corregedor Nacional de Justiça e vários ministros do Tribunal Superior do Trabalho, entre outros renomados juristas, professores, advogados e dirigentes de entidades públicas e privadas, tornando este congresso o maior evento da Justiça Social do Brasil.
As profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas pelos avanços tecnológicos e pelas novas formas de organização da produção, têm desafiado o sistema clássico de regulação das relações entre capital e trabalho. Existe um consenso significativo quanto à necessidade de modernizar e adaptar esse sistema aos tempos atuais.
O diálogo direto entre os atores sociais tem sido apontado como a melhor maneira de alcançar o equilíbrio entre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, alinhado com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse contexto, a regulação jurídica laboral está evoluindo para um modelo mais flexível, moldado pelos atores sociais com base em parâmetros de produtividade e competitividade.
A proteção social dos trabalhadores está intrinsecamente ligada à proteção da atividade econômica e isso tem sido reafirmado pelo legislador ordinário em revisões recentes, como a Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial e a Lei que consagra a Declaração de Direitos da Liberdade Econômica. Essas duas leis destacam a importância da atividade econômica, a ser desenvolvida com função social, para o progresso nacional, inclusão social, geração de empregos, distribuição e ampliação de renda e incremento da arrecadação tributária.
A nova Lei das Sociedades Anônimas de Futebol, que atrai investimentos para o setor esportivo, também será discutida, assim como os desafios trabalhistas relacionados a privatizações e concessões de atividades anteriormente exploradas pelo Poder Público.
Nesse cenário complexo surge o questionamento sobre o papel da Justiça do Trabalho na compreensão dos novos marcos legais e das novas realidades geradas pelo progresso tecnológico e pelas novas formas de organização produtiva.
O II Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com o apoio acadêmico e patrocínio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e de diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Além dos debates, a programação inclui o lançamento do livro "A Jurisdição Social no Brasil e o Futuro do Trabalho", que reúne artigos produzidos por palestrantes e mediadores do I Congresso Nacional da Magistratura do Trabalho, realizado em 2022.
Quando será?
Dias 29,30 de novembro e 1 dezembro de 2023 (quarta, quinta e sexta-feira).
Onde será?
Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort - Foz do Iguaçu/PR
Temas atuais e relevantes
Modelos regulatórios, Progresso Tecnológico, os Impactos Socioeconômicos, Jurídicos e Institucionais no Universo das Relações de Produção
Certificado OnLine 20h
Modalidade Presencial ou Telepresencial
Público-Alvo
Magistrados;Comunidade acadêmica das áreas de direito;Lideranças do setor governamental e poder judiciário;Lideranças do setor empresarial; Liderança dos Trabalhadores; Sociedade civil;Imprensa; Parceiros da Academia.
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