20 ANOS DO CÓDIGO CIVIL: Avanços e Novos Desafios
Foi pensado para ser um espaço de apresentação de soluções...
A juíza titular da 25ª Vara Cível de Goiânia e presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Patrícia Carrijo, afirma que a Comissão de Juristas, escolhida pelo Senado Federal para pensar a Reforma do Código Civil, conta com 34 membros e tem pensado o novo conjunto de normas para as próximas três décadas. No entanto, não descarta a necessidade de contato com a sociedade, nos mais diversos locais do país, para que a proposta de atualização seja “exequível e fiel à nossa realidade”.
Em razão dessa diversidade que compõe a sociedade brasileira é que a Comissão tem realizado Congressos em diferentes estados. Nesta segunda-feira (11), os debates acontecerão em Aracaju (SE). A primeira iniciativa ocorreu em São Paulo, no mês de agosto.
“Nossa sociedade é plural. E, nos últimos 50 anos, se contarmos o tempo de tramitação e aprovação do Código Civil, vivenciamos transformações que talvez nem imaginássemos. Essas transformações precisam ter amparo em lei. Nesse sentido, temos 34 juristas dedicados diuturnamente a construir um texto que contemple as mudanças sociais. Mas é extremamente importante ouvirmos pessoas das mais diversas áreas e vivências para que possamos, de fato, elaborar uma proposta exequível e fiel à nossa realidade”, analisou Carrijo.
A magistrada lembra que o Código Civil em vigor data de 1970. Ponderou que de lá para cá muitas mudanças aconteceram e que não estão contempladas na norma. “Tínhamos uma sociedade brasileira muito diferente do que temos hoje. Uma sociedade que experimentava o advento da internet e hoje lida diariamente com a Inteligência Artificial. Que não falava em casamento e adoção por casais homoafetivos, por exemplo. Temos uma norma com apenas 27 artigos, que precisa ser atualizada no que tange a diversos aspectos, como direito de família, direito digital, contratos, responsabilidade civil e outros”.
Mestre em Responsabilidade Civil pela Universidade de Girona, na Espanha, Patrícia Carrijo integra o grupo que se dedica a este tema. Durante o Congresso “Reforma do Código Civil – Perspectiva e Transformação” o painel que integrará se debruçará a discutir a responsabilidade civil.
“Costumamos dizer que tudo, na vida em sociedade, passa pela responsabilidade civil. Então, é um dos pontos mais delicados da nossa norma, e vamos debater questões relacionadas a ele, como a Inteligência Artificial”.
O Código Civil, em vigor há 20 anos, é considerado “velho”, uma vez que as discussões levaram muito tempo até que a proposta se efetivasse. Questionada se é possível superar a dicotomia entre tempo das leis e a realidade social, a magistrada afirmou que a comissão trabalha para que a atualização sirva à sociedade por pelo menos 30 anos.
“Nosso desafio consiste em atualizar a norma que foi elaborada há 50 anos e, ao mesmo tempo, prepará-la para as próximas três décadas, em uma sociedade que vive a era da Inteligência Artificial”.
Os debates que estão sendo realizados pela Comissão de Juristas já incluíram por exemplo, o Projeto de Lei 3.612/2021, que regula o teletrabalho, o PL 2.569/2021, que apresenta novas hipóteses de divórcio consensual, além do PL 4.188/2021, Marco Legal das Garantias de Empréstimos, que trata da realização de testamentos digitais. O esforço feito pelo grupo de juristas é acompanhar de fato as transformações sociais.
O Congresso “Reforma do Código Civil – Perspectiva e Transformação” é realizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa, sob a coordenação científica do ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Douglas Alencar Rodrigues e dos professores Flávio Tartuce e Lauro Seixas.
Sobre o Congresso
Sob a coordenação científica dos Ministros Luís Felipe Salomão e Douglas Alencar Rodrigues, do Professor Flávio Tartuce e do Professor Lauro Seixas, a Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) realiza o congresso A REFORMA DO CÓDIGO CIVIL - PERSPECTIVA E TRANSFORMAÇÃO, Contando com a participação de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), além de renomados juristas com atuação nas diferentes áreas do Direito Civil, o Congresso objetiva debater a reforma do código civil.
Com sua permanente pretensão de cientificidade, o Direito representa uma das mais sofisticadas técnicas de controle social. A partir de suas normas, que consagram obrigações, permissões e vedações, são revelados os valores que a sociedade, por seus representantes, entende devam ser prestigiados em determinado momento de sua história. Mas a relação entre as normas jurídicas e a realidade social se desenvolve em permanente tensão, pois as transformações sociais acontecem em velocidade exponencialmente superior à capacidade de resposta dos legisladores. Por isso, buscando satisfazer às suas novas aspirações por liberdade e igualdade, em diferentes campos da experiencia social, a cidadania bate às portas do Poder Judiciário, alcançando respostas não raras vezes contraditórias e em tempo diferido, o que apenas agrava o quadro de insegurança social e jurídica. Apesar dos avanços alcançados com a participação do Poder Judiciário, no entanto, é inegável a centralidade do Poder Legislativo para a disciplina dessas novas demandas e realidades sociais. Com elevado grau de legitimidade democrática, ao Congresso Nacional compete, segundo o desenho constitucional de 1988, enunciar as normas que integram o direito civil brasileiro, tratando de forma isonômica todos os cidadãos. No exercício dessa alta competência democrática, por ato do Senador Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, constituiu-se Comissão de Juristas encarregados de propor a atualização do Código Civil de 2002. Sob a presidência do Ministro Luís Felipe Salomão, os trabalhos da referida comissão já estão em curso, sendo oportuno, por isso, ampliar os debates com a audiência de juristas de diferentes regiões do país. Nada mais oportuno do que a realização de eventos jurídicos em diferentes estados, permitindo a participação de diferentes atores interessados nas diversas áreas contempladas pela legislação civil.
Quando será?
Dia 11 de dezembro de 2023 (segunda-feira)
Público-Alvo
Magistrados;Comunidade acadêmica das áreas de direito;Lideranças do setor governamental e poder judiciário;Lideranças do setor empresarial; Liderança dos Trabalhadores; Sociedade civil;Imprensa; Parceiros da Academia.
Onde será?
Auditório Terreo do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe
Temas atuais e relevantes
A natureza científica do Direito como técnica de controle social; a representação de valores sociais por meio das normas jurídicas; a tensão entre as normas jurídicas e a rápida transformação da realidade social; a busca da cidadania por respostas no Poder Judiciário devido às mudanças e novas aspirações; a importância de ampliar debates e consultar juristas de diferentes regiões.
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