31/03/2023 | Categoria: Licitações
CFM tem palestra de ministro do TCU sobre nova Lei de Licitações

 

 

Durante o primeiro Encontro Nacional dos Assessores Jurídicos dos Conselhos de Medicina, promovido pelo Conselho Federal de Medicina, realizado nos dias 30 e 31 de março, em Brasília os participantes das 27 unidades do país tiveram a oportunidade de receber informações sobre a Nova Lei de Licitações, que passa a vigorar no Brasil a partir do dia 1º de abril – depois de dois anos previstos para as adequações necessárias.

Para discutir o assunto com os advogados do sistema conselhal, foi realizada uma palestra com o ministro do Tribunal de Contas da União, Benjamim Zymler, na qual foi abordada a aplicabilidade da Nova Lei de Licitações nos Conselhos de Classe, sob a perspectiva da Corte de Contas. Posterior à exposição, uma aula com os pormenores da nova legislação, passando pelos conceitos, fases do processo licitatório, execução dos contratos e tópicos especiais foi ministrada pelo doutor em Direito Administrativo e Mestre em Direito e Políticas Públicas, o advogado Guilherme Carvalho.

O Seminário Lei de Licitações e Contratos é organizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP), que foi contratada pelo Conselho Federal de Medicina para integrar a programação do Encontro Nacional dos Assessores Jurídicos dos Conselhos de Medicina.

“O Conselho faz parte da administração pública sui generis, precisamos licitar nos mesmos termos dos outros órgãos públicos. A chegada da nova lei foi uma dor, que já vinha sendo discutida a melhor maneira de adaptar contratos, rotinas. Essa exposição foi esclarecedora e muito rica. Gerou muitos debates de situações que não estavam sendo pensadas e deu uma clareada. Foi uma oportunidade única ver o ministro, poder conversar”, avaliou o supervisor administrativo da coordenação jurídica do Conselho Federal de Medicina, Evandro Eugênio Ferreira Junior.

Para o procurador geral do Conselho Federal de Medicina, José Alejandro Bullon, ter contato com as informações prestadas durante o Seminário Lei de Licitações e Contratos permite que os Conselhos continuem seguindo rigorosamente a lei nos seus atos.

“A nova lei é uma oportunidade de aprimorar a qualidade do serviço prestado pelos administradores. Temos muita preocupação em relação à regularidade dos atos de compra efetivamente, especialmente o Conselho Federal de Medicina, que nos últimos 10 anos não teve nenhuma sanção, penalidade do TCU”.

O procurador ainda pontuou que poder assistir à explanação feita pelo ministro do Tribunal de Contas da União trazendo a interpretação da Corte sobre a nova lei faz com que os advogados do sistema trabalhem de forma mais assertiva.

“Saber a visão e a interpretação da matéria por quem julga faz tomar as cautelas devidas. Faz com que o trabalho não seja corretivo, mas sim preventivo. Tudo que é preventivo é mais eficaz e menos oneroso. Em se falando de entidade pública, o trabalho preventivo é essencial para o sucesso da administração”, avaliou Bullon.

O procurador ainda pontuou que a atualização do corpo de advogados que integra os Conselhos de Medicina faz com que todo o sistema continue na linha de atuação que preza pela regularidade dos atos. Ele também destacou as principais mudanças com a nova legislação.

“Mudam questões essenciais no processo. Não é que está havendo invasão de novos procedimentos, existe uma otimização dos trabalhos e depois do curso entendo que a responsabilidade como parecerista também aumentou”.

O encontro

Com o objetivo de integrar todos os Conselhos Regionais de Medicina, o Conselho Federal de Medicina realiza dois encontros anuais. Além desse primeiro Encontro Nacional dos Assessores Jurídicos dos Conselhos de Medicina, outro já está previsto para acontecer em outubro.

A ideia é ouvir as principais dúvidas apresentadas pelos Regionais e através de palestras e minidebates dirimir essas questões para que voltem aos estados e operacionalizem o que for necessário.

Além da Nova Lei de Licitações, esse primeiro encontro discutiu a Lei Geral de Proteção de Dados, o novo Código Processual dos Conselhos de Medicina e as decisões judiciais que os Conselhos tiveram durante o ano de mais relevância. Também foi discutida a confecção de uma revista do Conselho Federal de Medicina com obras de todos os advogados.

“É um evento de suma importância para os Conselhos, assim como para os advogados. De modo geral, respalda as decisões dentro dos Conselhos Regionais e Federal, decisões que de forma direta ou indireta atuam dentro da qualidade da saúde pública, da medicina brasileira, do aprimoramento das decisões, fiscalizações, dos processos dentro dos Conselhos, visando a celeridade e qualidade”, pontuou Evandro Eugênio Ferreira Junior.

  o autor | Autor: Michely Figueiredo
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