19/10/2023 | Categoria: Cursos, Seminários e Palestras
PPA não tem o protagonismo que a lei diz”, avalia analista de orçamento do MPU

No curso 'Execução Orçamentária e Emendas Parlamentares', o analista de orçamento do Ministério Público da União, João Carlos Leles, declarou que o Plano Plurianual (PPA), que em tese deveria ser a peça orçamentária mais importante no planejamento a médio prazo, não é visto dessa maneira pelos gestores públicos. A afirmativa do palestrante mexeu com os servidores que acompanhavam a capacitação no Hotel Odara, nesta quinta-feira (19), em Cuiabá.

O curso, que é uma realização da Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP), tem a finalidade de atualizar os servidores que atuam tanto no Legislativo, como no Tribunal de Contas e no Governo do Estado em busca de uma atuação que permite a melhor execução orçamentária para Mato Grosso.

“O PPA não tem esse protagonismo que a lei diz. Ele não traz critérios de regionalização, a reavaliação constante faz com que fique obsoleto do ponto de vista da materialização do planejamento e, caso não seja cumprido, não há penalização para o gestor. A protagonista é LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que traz orientações e vedações que não constam nas Constituições Estadual e Federal. Quando o governo precisa implementar despesas para implementação de política, ele se apega à LDO e não ao PPA. O PPA existe eminentemente para recomendação, diretrizes, objetivos. O seu cunho não é obrigacionista, logo não tem efetividade na administração pública”, salientou.

Leles destaca que corrobora a sua tese o fato de que todo experimento primeiro é incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Caso dê certo, acaba constitucionalizado. Esse mecanismo também prova o papel relevante dado à LDO na questão orçamentária.

Reiterou que gargalos no orçamento geralmente se originam em uma análise inconsistente da LDO, uma vez que é ela quem dá as diretrizes para a construção da Lei Orçamentária Anual (LOA). “A LOA operacionaliza a LDO. A LDO deve apontar impactos reais no orçamento. Tudo que se pretende realizar deve estar na LDO. A LDO não tem emendas e nem dotação orçamentária. Ela traz regramentos”, explicou.

Por isso, a necessidade de capacitação constante principalmente do corpo técnico dos parlamentos.

Durante sua fala, Leles enfatizou a relevância de uma compreensão aprofundada dos aspectos conceituais constantes na Constituição, bem como de todos os instrumentos de planejamento orçamentário. Ele ressaltou a necessidade de se atingir um senso comum na administração dos recursos, a fim de garantir uma gestão equilibrada que atenda aos interesses das diversas esferas da sociedade.

O analista alertou também para a importância da supervisão rigorosa por órgãos como o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas da União, caso a execução orçamentária não seja devidamente gerida. Ele mencionou que alterações orçamentárias frequentemente requerem um controle mais estrito por parte do Poder Legislativo, com o apoio desses órgãos fiscalizadores.

Leles ressaltou ainda que cursos como esse desempenham um papel fundamental na melhoria do desempenho dos profissionais da área, ampliando a visão dos gestores no acompanhamento orçamentário. Ele enfatizou a necessidade de uma abordagem eficiente e eficaz na busca por metas predefinidas, impactando diretamente o público-alvo.

O evento foi marcado por discussões aprofundadas sobre estratégias para otimizar a eficácia na gestão de recursos, promovendo assim uma reflexão relevante sobre os desafios atuais e futuros no campo da governança orçamentária. Participantes do curso expressaram sua satisfação com as discussões produtivas e a oportunidade de aprender com os especialistas de renome presentes.

  o autor | Autor: Mauro Camargo/Michely Figueiredo
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